segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A Escola dos Sofistas

A Escola dos Sofistas

1. Caracteres gerais

No período pré-socrático da Antiguidade Grega(séc.VI a.C.), surgiram os Sofistas, pessoas contratadas por reis e imperadores da época para, por meio da retórica e da argumentação, defenderem os interesses do império e da monarquia, para essa finalidade recebendo grandes volumes de moeda(dinheiro), não importando então a verdade ou a mentira de suas palavras, ou a lógica de seus raciocínios, já que o que interessava era garantir a vitória dos reinados e dos imperialismos ainda que se tivesse que falsificar os argumentos, corromper a verdade, elevar o erro e a mentira, sujar as idéias de seus adversários, ou manchar os ideais de seus inimigos.
Assim nasceu os Sofismas(argumentos cheios de erros com obscuras intenções, muitas vezes com maldade nas palavras, com o objetivo certo de advogar ou defender os interesses das principais autoridades das Cidades gregas e suas circunvizinhas).
Logo, como se observa, a palavra sofisma, a partir daquela data, passou a significar erro, falta, mentira, raciocínio aberrante, argumentação falsa, retórica mentirosa, palavra que contrariava o sentido da verdade.
Ao mesmo tempo, veio ao mundo o movimento filosófico contrário aos sofismas e antítese dos sofistas chamado de Insofismático cujo significado manifestava o interesse de defender a verdade do ser, do pensar e do existir, garantir as certezas relativas e absolutas, dar autenticidade às nossas idéias e conhecimentos, discursos e retóricas, raciocínios e argumentações.
O Processo Insofismático deseja pois ser um advogado da verdade, defender suas boas intenções e seus bons interesses, lutar a favor dos bons conhecimentos produzidos, favorecer as boas idéias e os bons ideais, autenticar enfim nossas palavras retas, certas e corretas.
Eis a origem da Insofismática.

2. Os Mercenários do Saber

Por vaidade e por dinheiro, os Sofistas – inimigos da verdade – como Plotino de Atenas, Prometeu filho de Orfeu, Genuino da Escola da Paidéia, Protótipus de Eléia, Orígenes de Mileto e Zaratrustra da linha de Xenofontes, comerciavam as suas idéias, trocavam-nas por privilégios e mordomias junto aos governantes e administradores das Cidades, faziam de seus pontos de vista mercadorias de câmbio quando vendiam e se vendiam para obter lucros e favores, créditos e benefícios perante as autoridades constituidas. Transformavam seu saber em moeda de troca, uma mercadoria mesmo, a partir de que ocupavam os primeiros lugares nas reuniões e assembléias, disputando cargos e funções públicas com jovens e velhos interessados em trabalho ou alguma atividade condigna com sua personalidade e caráter. Desse mundo de privilégios apenas os Sofistas gozavam, além dos gestores e gerentes das instituições sociais e coletivas, como escolas e clínicas de saúde, o Parlamento ou designações de chefia, e as funções civis e militares. Não eram para alguns filósofos pois corrompiam a racionalidade em função de bens financeiros e propridades públicas. Eram aberrantes. Desviavam as pessoas do caminho da transparência, faltavam com a verdade e se tornavam adversários de uma vida de autenticidade. Seus sofismas eram argumentações falsas e mentirosas, ou retóricas de intenções obscuras, ou discursos presenciais de improviso visando garantir uma boa remuneração econômica e sustentar os interesses e privilégios de reis, governadores e imperadores. Sim, eram comerciantes do pensar aberrante, das idéias confusas e duvidosas, das palavras vazias e sem fundamento. Assim eram os Sofistas. Trocadores de opiniões por dinheiro. Faziam com efeito intercâmbios comerciais em que suas idéias eram feitas para o serviço de alguém, algum magistrado, mestre ou autoridade, sempre buscando créditos com esse troca-troca de conhecimentos errantes por um capital que os ajudasse em seus desejos e necessidades, anseios e aspirações, ou então para satisfazer sua vaidade ou fundamentar seu jogo de palavras que garantiam idéias destinadas a segurar privilégios e garantir interesses que quase sempre não eram os seus. Eram nômades. Andarilhos de plantão. Chocavam-se com pensadores como Sócrates e Platão. E questionavam Aristóteles e seus seguidores sobre suas atividades “científicas” entre os gregos. Seu sentido era andar.

3. Comerciantes de Idéias

“Idéias valem dinheiro”, “palavras têm crédito no mercado”: com esse discurso, os Sofistas eram contratados por exemplo para convencer o povo da necessidade de aumentar os impostos urbanos tendo em vista a melhoria das condições de vida e trabalho, transporte e infraestrutura, saúde e educação, de toda a Cidade; ou eram chamados para argumentar em favor do governo da monarquia dizendo que se deveria votar nas próximas eleições em tal candidato a fim de se garantir uma gestão de sucesso e uma administração próspera para todos; ou ainda eram convidados para festas de casamento ou aniversário, bodas de ouro e de prata, dos filhos e filhas dos imperadores para angariar fundos e reservas financeiras para o império defendendo então que era indispensável a contribuição de todos e cada um visando os benefícios sociais e familiares garantidos pela gerência do local; ou mesmo eram chamados para audiências públicas, eventos e seminários, conferências e shows, espetáculos de moda ou ocorrências administrativas em que o governo precisava de alguém para “fazer a cabeça do povo’ tentando assim garantir interesses, manter privilégios e sustentar intencionalidades boas ou más lucrativas para os desejos e anseios da administração pública ou privada. Assim, os comerciantes de idéias, os reis do discurso, os imperadores da argumentação, os “profissionais” da retórica, os mestres das palavras bem articuladas, eram privilegiados junto aos mais ricos e poderosos, pois com sua inteligência mal usada ou não serviam aos interesses de quem desejava lucrar com a gestão pública ou privada, crescer em cima da alienação popular, argumentando que um Sofista valia mais que todos os funcionários do império e mais preciosos do que os servidores da monarquia e mais importantes que as necessidades mais urgentes da administração governamental. Sim, “idéias têm um capital interessante e importante”, e os Sofistas eram os ‘profissionais” queridos por todos os que anseiavam por obter lucros no mercado do saber, créditos na vida do poder, e benefícios e favores perante os grandes do campo e os gigantes da cidade. Eis o argumento dos Sofistas: “um Sofisma vale ouro, mais valioso que a prata e mais precioso que o bronze. O Sofisma é o coração das Olimpíadas desenvolvidas na Grécia”.

4. O Sofisma, uma Mercadoria

Erro, mentira, desvio, aberração, falta, alienação, indefinição, indeterminismo, vazio, nada, dúvida, incerteza, opinião sem fundamento, ponto de vista aleatório, visão distorcida da realidade, interpretação incorreta dos seres e das coisas, compromisso com a inverdade, relativização das idéias e palavras, enfim, uma mercadoria de troca, idéias que fazem intercâmbio, troca-troca de intencionalidades, desvirtuamento de interesses, maldade ou não nas intenções e ações, discursos bem feitos mas com maldade no pensamento, raciocínios inteligentes mas errôneos, argumentações falsas sem chão nem teto sem princípio ou fim, retóricas desvirtuadas de sentido, causa ou finalidade, assim os sofismas ganharam fama na Antiga Grécia e paises vizinhos e de outras regiões na Europa e na Ásia, vindo para a África e América, circulando pelas áreas da Oceania, até que virou sinônimo de “contrário à verdade”, levando seus agentes ou instrumentalizadores a se tornarem comerciantes do discurso e mercenários das idéias e palavras, então mercadorias de troca, usadas para garantir interesses de reis, imperadores e governadores, banqueiros e empresários, gente rica e de poder, autoridades administrativas e pessoas de gabarito elevado, de tradição cultural forte, indivíduos-cientistas, ou quaisquer sonhadores ou interesseiros em “fazer a cabeça do povo”, convencer a sociedade, lucrar com a mentira e sustentar a falsidade com palavras bonitas e idéias e ideais cheios de conteúdo cultural. Contra os Sofistas, surgiu a Teoria Insofismática desenvolvida tanto no Liceu de Aristóteles como na Academia de Platão. Os Sofismas eram “jogadas de marketing” visando garantir interesses de minorias à custa da alienação popular. Os Sofismas, para muitos, mais do que o ouro e a prata, mas ferramentas de lucro de capital ou instrumentos de créditos bancários. O importante era ganhar dinheiro.

5. 10 Mentiras fazem uma Verdade

A Arte de convencer o povo não é só privilégio dos Sofistas mas de todo aquele que sabe bem argumentar, desenvolver uma retórica bem fundamentada e articular idéias e palavras com o objetivo de fazer a cabeça da população, alienando todos e cada um quase sempre da verdade do seu discurso e da intencionalidade subjacente à linguagem empreendida, algumas horas mesmo tendo que mentir a fim de esconder interesses obscuros, a verdadeira intenção dos ideais colocados para todos e sua ideologia, reflexo da postura talvez de quem ordena o discurso, pago para sustentar a dúvida e a incerteza, o vazio das letras e o nada de seus dizeres escuros. Todavia, o que caracteriza propriamente os Sofistas é que são técnicos da linguagem persuasiva e profissionais da retórica discursiva, com intenções que certamente fogem à verdade das palavras, à transparência das idéias e à autenticidade da linguagem articulada. Assim, os Sofistas e seus sofismas são usados para defender os interesses dos grandes e suas boas ou más intenções no sentido de arrebanhar gente, dinheiro ou valores interessantes utilizados segundo o conteúdo programático desenvolvido por esses tecnólogos do discurso. Deste modo, a insistência no erro, a teimosia na mentira e o toque excessivo das palavras punham em dúvida a cabeça do povo que desta maneira era convencido a acreditar em sua linguagem errante e faltante. Os Sofistas transformavam as mentiras em verdade, de tanto insistir na errádica teimosia de uma retórica interesseira e quem sabe mal intencionada. O Sofistas lucravam com seus discursos e assim sobreviviam nas sociedades da época.

6. Os interesses em jogo

Na época dos Sofistas de outrora e ainda hoje, os Agentes de conteúdo se interessam em trabalhar vendendo idéias, trocando conhecimentos por valores financeiros, comercializando o saber tendo em vista garantir interesses alheios e sustentar intencionalidades boas ou más, com o intuito de espalhar sua ótica de vida, sua visão muits vezes distorcida da realidade e sua interpretação obscura dos seres e das coisas que compõem e integram os fenômenos do cotidiano. Em certas horas, busca-se elevar impostos, ou aumentar a renda de um governante, ou dilatar os créditos de um empresário, para isso fantasiando a realidade e nela inserindo aberrações psicológicas e desvios ideológicos, a fim de garantir ideais obscuros, sustentar ideologias incertas ou fundamentar teorias que servem para defender interesses e ntencionalidades muitas vezes distantes de nós mesmos, todavia que conseguem nos convencer e fazer a nossa cabeça, definindo intenções que ultrapassam nossa capacidade imaginária, transcendem os limites da nossa inteligência e superam as potencialidades da nossaracionalidade. Assim, os Sofistas de ontem e de hoje usam os conteúdos do saber para aumentar seus créditos e de outros, manipulando idéias visando assim sustentar seus interesses em jogo. Os Sofistas trabalham com as intenções e seu empenho é em demonstrar uma verdade que não existe e uma certeza bastante incerta e insegura e insustentável. Mesmo sem fundamentos, seus argumentos convencem e sua retórica “inventa” uma verdade sem princípios, raizes ou fundamentos sustentáveis. Os Sofistas jogam com as idéias e com os interesses em jogo.

7. O Quadro negro de boas e más intencionalidades

O critério de trabalho dos Sofistas é fazer das intenções o seu jogo de palavras, idéias e imagens, com o objetivo de convencer o povo acerca de algum benefício para o rei, magistrado, imperador ou governante, usando de artifícios de linguagem, de estratégias de retórica e de indefinições de argumentos, o meio indispensável para conseguir créditos junto de seus subordinados, a serviço dos interesses de quem lhes paga bem, lhes presta favores sem fim, lhes oferecem privilégios no governo e beneplácitos perante as autoridades constituidas, tornando-se instrumentos de malandragem e ferramentas de esperteza, tentando assim ganhar pagamentos cada vez maiores em função de sua argumentação sem lógica, de seu raciocínio sem fundamentos, de sua inteligência dúbia e incerta e de sua racionalidade descartável, transitória e inconstante, vazia e sem sentido, instável e provisória, o que lhes garante um bom salário, condições de trabalho as melhores possíveis, situações cotidianas onde seu jeito duvidoso vale mais que a cidadania de uma vida direita e justa, suas mentiras prevalecem sobre a verdade dos fatos, a transparência de atitudes e a autenticidade de seus discursos, feitos com boas ou más intencionalidades cujos interesses superam as boas condutas, ultrapassam a correção ética e transcendem uma certa espiritualidade natural gerenciadora das pessoas retas que fazem da justiça o seu caminho nesta vida. Ao contrário, os Sofistas mentiam para o povo com suas palavras e seus hábitos e costumes, vendiam-se aos seus empregadores e vendiam idéias e argumentos, meios sofisticados de sustentar os seus interesses e os de outros, seus mecenas, ou poderosos de plantão, que lhes ofereciam dinheiro e toda infraestrutura de necessidades a fim de que eles conseguissem realizar seus planos obscuros de ação que culminavam com a alienação popular, o esvaziamento dos discursos, o relativismo das massas e a dúvida imperando sobre todos e cada um, fato em que as incertezas da linguagem e suas palavras descartáveis eram mais importantes do que o direito de ser direito, e a motivação para levar uma existência de qualidade moral ou religiosa. Assim, os Sofistas faziam intercâmbios de idéias, compravam o povo vendendo seus argumentos falsos, em nome da insegurança do discurso todavia com a firmeza de quem a população punha a sua fé e confiança, enganada por sua retórica aberrante e seu discurso desviante. O que importava era chegar aos interesses dos seus proprietários, banqueiros que lhes davam moedas e dinheiro para fazerem a cabeça do povo. Os Sofistas ainda existem hoje nas sociedades modernas. São aqueles mestres mercenários que vão para a escola sem desejo nenhum de ensinar porém ganhar dinheiro com a aprendizagem de seus alunos e alunas. São professores corruptos e desonestos que fazem de sua profissão um jeito de ganhar privilégios e beneplácitos junto às autoridades competentes. Os Sofistas são muito atuais.

8. Um compromisso com a não verdade

Em função dos interesses do rei ou do governante, os Sofistas manipulavam a verdade dos fatos, desviavam as intenções mais obscuras e tornavam aberrantes a conjuntura das palavras, idéias e argumentações, driblando assim a autenticidade do discurso, impondo a todos uma retórica de desvios de conduta, exploração de símbolos e imagens, em nome da não verdade dos acontecimentos. Sim, relativizavam a certeza das coisas, punham dúvidas nas ocorrências reais e linguísticas, esvaziavam os ideais de ética bem comportada já que a mentira reinava, o obscurantismo da linguagem imperava, tudo para salvar seus créditos junto às autoridades constituidas, garantir seu abismo de intenções boas ou más, porém sempre segurando a arte do discurso corrompido pela maldade intencional e por representações mentais que ignoravam a verdade absoluta das palavras. Vencia então o engano popular, a mentira deslavada, a ignorância do povo, a alienação das gentes, identificados com uma compostura de maus comportamentos e exemplos de vida que não deviam ser seguidos pelas populações visadas. Os Sofistas ficavam famosos por sua defesa da inverdade, porém que tinha no discurso a arte de convencer o povo a pagar por exemplo impostos elevados, taxas de manutenção das infraestruturas sociais e políticas, e sustentar a boa imagem do imperador ainda que a retórica e a linguagem argumentativa fossem carentes de transparência e sujeitas às interpretações de quem controlava o poder e dominava a sociedade. Deste modo, os Sofistas eram chamados “os artistas da palavra” pois jogavam com elas a fim de garantir interesses alheios, sustentar intencionalidades escuras e fundamentar opiniões na verdade sem fundamento algum. E os sofismas estavam na boca do povo.

9. Em nome do erro

Certamente esses Professores do erro, mestres da dúvida e docentes da incerteza, que eram os Sofistas, tinham uma conduta moral bastante incerta e obscura, débil e fraca, instável e aberrante, talvez corrupta e quem sabe inconstante, favorecendo uma ética de aberrações políticas e desvios sociais, o que se identificava com a tentativa escura de fazer a cabeça do povo, tentando assim garantir os seus privilégios e os interesses do governo local, arrecadando dinheiro para suas necessidades e investimentos e ganhando créditos financeiros junto aos senhores do poder, que punham neles sua fé e confiança, depositando neles seus benefícios, lucrando com suas falsas argumentações, uma retórica distorcida e um discurso enganador, servindo àquelas intencionalidades maléficas ou benéficas de acordo com os objetos em jogo, os interesses em questão e as intenções visadas. Assim os sofismas eram ferramentas da mentira e instrumentos de falsidade e hipocrisia, obedecendo pois às autoridades que os usavam para sustentar seus ganhos diante do povo. Em nome do erro portanto muitos ganhavam, a minoria lucrava e a maioria se perdia na alienação de idéias absurdas e de ideais efêmeros sem fundamentação ideológica e filosófica. Nascia então a Escola dos Doutores da Malandragem das Idéias, que hoje se espalha pelo mundo, e ainda surgindo também uma Teoria denominada Insofismática que visava defender a verdade das coisas contrariando absoluta e relativamente o ideal sofista. Vários mestres atuais no mundo inteiro pertencem a essa ideologia sofista. Quem ama a verdade foge desse ideal.

10. Inteligentes, mas pouco éticos

A Tendência daqueles professores de rua, especialistas na argumentação tendenciosa, mestres da retórica improvisada, mais sabidos do que sábios, que faziam de seus sofismas uma mercadoria ideológica ou um artifício psicológico cuja finalidade era convencer o povo, fazer sua cabeça, dirigir seus pensamentos de acordo com suas intencionalidades boas ou más todavia que visavam garantir os interesses do poder constituido político ou financeiro, do grande capital investido para tentar manipular a consciência popular segundo as diretrizes propostas pelos governantes, reis e imperadores, que assim sujeitavam as sociedades monitorando sua razão e destinando as idéias e discursos para seduzir as comunidades e orientá-las no sentido de fazer a vontade da autoridade pública ou privada que pagava aos Sofistas para explorarem ao máximo os ideais construidos e deste modo monopolizar as estruturas sociais e culturais, políticas e econômicas das gentes e populações visadas, encarcerando-as em seus pontos de vista, aprisionando-as em suas visões da realidade e escravizando-as em suas interpretações da vida, do homem e da sociedade, do mundo e do universo, e da natureza física e mental, material e espiritual. Concluia-se então a fraca moralidade e a pouca ética sofista ainda que sua inteligência sobressaisse dos discursos desenvolvidos, nas retóricas bastante racionalistas e em suas argumentações muito lógicas mas pouco verdadeiras. Os Sofistas eram assim: grandes mestres da lógica que contudo pecavam pela falta de transparência e ausência de autenticidade. Semeavam a dúvida e construiam a incerteza, ferramentas que ao final favoreciam o “sim” popular às causas governamentais ou dos interessados em fazer a cabeça do povo a fim de garantir, sustentar e fundamentar interesses, privilégios e intencionalidades. Como ontem, os Sofistas hoje estão nos partidos políticos, nas ideologias estudantis, na cultura da corrupção, na mentalidade que defende a inverdade desde que os desejos do poder sejam satisfeitos e realizados. Assim se comportavam ontem e hoje igualmente os mestres da Sofística e seu mundo de hipocrisias, falsidades, desvios e aberrações. No universo ideológico costumam aparecer os Sofistas, sempre com alguma intenção a ser buscada e um interesse a defender ou um privilègio a sustentar. Nos sofismas, o produto transformado em capital.

11. A Mentira acima de tudo e de todos

Terríveis na batalha das idéias, especialistas na argumentação tendenciosa, doutores da retórica persuasiva e mestres do discurso aberracionista, os Sofistas tinham como critério de certeza a mentira ainda que a não verdade fosse o fundamento de suas abstrações contorcionistas, o princípio de suas admoestações fantasiosas e imaginárias e o critério de suas afirmações sem sustentação alguma. Seus interesses coincidiam com intencionalidades que visavam fazer a cabeça do povo a fim de atingir metas, objetivos e finalidades como o aumento de impostos, a elevação de taxas e portarias, a obtenção de desejos autoritários, a busca de alternativas cujos créditos favoreciam as autoridades encarregadas do pagamento desses professores ambulantes, aberrantes e desconcertantes, mas que com suas letras e palavras cheias de apologia ideológica conseguiam ganhar os favores das multidões e os benefícios de quem os pagava para conseguir com que as populações ficassem do lado dos governantes, poderosos e reis, e imperadores os grandes responsáveis pela alienação popular, direcionadores da consciência do povo para resultados identificados com os interesses dos que sustentavam as atividades sofísticas. Portanto, em nome da mentira conseguiam provar o improvável, convencer as gentes aparentemente inocentes e levá-las a caminhos inseguros e insustentáveis, sem fundamento algum, inseguros e alienantes. Deste modo, cresceu a idéia, a cultura e a mentalidade de que era possível fazer comércio com as idéias, pensamentos e conhecimentos, trocando-os por dinheiro fácil, valores financeiros e bancários, garantidores da boa vida desses professores alienadores e sustentadores da corrupção ativa que reinava em suas épocas, ontem e hoje. Os Sofistas, mestres da falsidade e da hipocrisia. Não tinham grande moralidade. Sua ética eram as atitudes aberrantes e alienantes que desviavam do bom caminho pessoas inocentes, grupos e comunidades convencidas de que os Sofistas tinham razão. Uma razão sem verdade. Uma lógica sem certeza. Uma idéia sem caminho. Pois o caminho era o descaminho.

12. A Arte de enganar

Hoje em dia, a presença dos Sofistas se faz nos partidos políticos e sua rede de intercâmbios culturais, nas ideologias estudantis e sua teia de relações sociais, na apologia das estruturas governamentais e seu modo de criar impostos e taxas para sustentar seus interesses em jogo, na defesa de secretarias e ministérios e sua maneira de aumentar ou diminuir a verdade dos fatos, na construção de ONGs e suas intencionalidades obscuras quando o que vale é a alienação popular, a indiferença dos mestres e a relativização dos fenômenos cotidianos, na desconstrução da transparência ética e espiritual em nome de ações desvirtuosas, de atividades transtornadas e de atitudes cujos distúrbios atingem a mente de cidadãos e cidadãs aparentemente inocentes, na definição de argumentos alienantes e de retóricas violentas e de discursos agressivos, na preparação de eventos, shows e espetáculos quando o objetivo é usar das palavras e ideologias para ganhar dinheiro ou lucrar de alguma maneira com a inocência das gentes, enfim, quando se tenta enganar a sociedade a fim de se garantir privilégios de autoridades, interesses de líderes ou as boas ou más intencionalidades de poderosos e governantes desejosos de créditos, favores e benefícios a partir da enganação do povo e seu jeito de acreditar em tudo que vê, ouve e assiste. Assim operam os ideólogos sofistas atualmente. Sempre reproduzindo um comportamento pouco ético, negligente na espiritualidade, de moral baixa e fraca, e de práticas que enfatizam o desvo da linguagem e a aberração dos discursos. Os Sofistas são modernos.

13. Quando as palavras valem dinheiro

A Atividade Sofística rendia grandes lucros, favores em dinheiro e benefícios de capital elevado quando seus mestres como Górgias, Protágoras e Isócrates saiam para fazer seus discursos de alto valor financeiro, bastante apologético pois defendiam, como advogados de plantão, os interesses de seus financiadores, argumentando muitas vezes sem um compromisso com a verdade da realidade, discurso igualmente sem fundamento algum, persuadindo seus ouvintes e interlocutores sobre as boas ou más intencionalidades dos líderes e governos, compradores de sua retórica sabida mas sem sabedoria alguma, já que os professores da incerteza e definidores da indefinição das idéias, advogados principalmente da dúvida argumentativa, indeterministas de plantão e céticos acima de tudo – porque entravam em choque com a filosofia tradicional grega que mais tarde consagrou Sócrates, Platão e Aristóteles – viajavam para capitalizar recursos para seus desejos e necessidades, verdadeiros cambistas de teorias que expulsavam a verdade real e atual de seus aparatos discursivos desviantes da boa transparência das virtudes e cujas aberrações alienavam o povo do que realmente estava acontecendo ora na política e na sociedade, ora na economia e na cultura em geral. Deste modo, a Sofística cresceu “inventando” idéias, produzindo uma lógica filosófica que iria agradar às futuras gerações. Foi assim que os docentes da Sofística ficaram famosos por defender quase que uma filosofia popular de grande sustentação doutrinal apesar da relatividade de seus discursos. Nascia então a Sofística.

14. Semear a dúvida

Grandes Sofistas como Pródico, Górgias, Isócrates, Hípias e Protágoras de Abdera eram praticamente céticos por natureza e questionavam a possibilidade do conhecimento e a obtenção da verdade, preferindo a dúvida como motor da argumentação e a incerteza como regra de uma retórica persuasiva que apesar de seu ceticismo metódico era sustentada por valores permanentes e estáveis e por princípios sólidos, firmes e fortes, somando-se a isso a relatividade de seus discursos, o indeterminismo de suas idéias e palavras e o niilismo de suas teorias e ideologias sem fundamento algum, que se mantinham pela boa experiência argumentativa geradora de construções filosóficas ricas em conteúdo, de beleza formal e linguística e de excelência lógica, ideológica e psicológica. Deste modo, a Sofística se desenvolveu semeando pensamentos positivos mas incertos, ideais otimistas todavia duvidosos, transformando seu público em portal do ceticismo vacilante onde as palavras eram soltas e seus discursos sem bases estáveis de uma filosofia rígida, austera e rigorosa e disciplinada. Ao contrário, os Sofistas inventavam idéias e argumentavam com a sabedoria do dia a dia, mais fácil de convencer seus ouvintes e interlocutores. Tal convencimento tinha um preço: o crédito ea fama dos Sofistas junto às autoridades e governos constituidos. Como resultado, muito dinheiro em jogo, capital que financiava seus discursos em defesa de seus credores e financiadores. Os Sofistas então cresceram, e com eles a Sofística, a Arte de Argumentar e discursar com relativa fundamentação de idéias e conhecimentos.

15. Trabalhar com a incerteza

É possível que para os mestres da Sofística trabalhar com a incerteza era um bom negócio, pois deste modo sob o império da dúvida conseguiam convencer as multidões que os ouviam, nelas inserindo os interesses de seus credores financeiros, incluindo seus desejos por mais credibilidade perante esse povo, que neles creditavam suas consciências, inocentes até então, sob o poder persuasivo de suas palavras, definidos por suas argumentações obscuras e de intencionalidades tenebrosas, de retóricas enganosas que só serviam para esconder o bem ou o mal de suas idéias e pensamentos aberrantes e alienantes, desviadores muitas vezes da boa conduta ética e longe de uma espiritualidade correta onde Deus seria tudo em todos. Todavia, reinava nas sociedades visitadas a incerteza de suas teorias e o lado duvidoso de suas ideologias. Parecia mesmo uma estratégia de discurso deixar o povo na dúvida porque assim não questionavam seus fundamentos nem duvidavam dos verdadeiros interesses em jogo, abraçando suas intenções e objetivos escuros. Assim venciam os Sofistas, cada vez mais endinheirados, com seus pensamentos instáveis e descartáveis que faziam a cabeça das populações e comunidades visitadas. Era o Reino da Sofística nos séculos III, IV e V da Antiguidade Grega.

16. O jogo descartável das letras

A Intensidade das chamadas de última hora, o grande número de convites para defesa em praça pública, as viagens incessantes, os movimentos de ida e volta discursando em várias regiões, os argumentos criados surpreendentemente, a retórica surgida de repente, tudo isso, enfim, tornava as palavras, as idéias e os pontos de vista descartáveis, as opiniões transitórias e o falar feito de pensamentos indefinidos, surgidos de uma ora para outra, encaixados nas argumentações provisórias de conteúdos variados mas sem fundamento algum, teorias que se construiam localmente, em tempo zero, produzindo-se pois com o tempo uma ideologia sofista que fez brotar o próprio sentido do filosofar, de princípios estáveis todavia de discursos descartáveis, de valores firmes e fortes porém de linguagem efêmera e fútil quase chegando ao inútil, isso porque a realidade grega cotidiana favorecia as ações sem consistência, as atitudes sem raizes e as atividades cuja moralidade carecia de normas e conceitos consolidados com o tempo e que sustentavam a fraqueza das palavras discursadas embora sofrendo a mesma violência de uma realidade diária e noturna que não se comprometia com definições permanentes e determinismos constantes. Sendo assim, os Sofistas evoluiram na sociedade grega desenvolvendo um modo e estilo de filosofar seguro apenas nos princípios entretanto débeis nas articulações das letras mutas vezes sem conteúdo nenhum e de princípios e valores sem raizes profundas, que eram apenas a aparência do dia a dia. Cresceu assim a Sofística, a Escola das Argumentações relativas e céticas, indeterministas e niilistas.

17. Contra o outro lado: a Insofismalidade

Embora de tendências positivas e de cuja logicidade a filosofia só tende a ganhar, tradicionalmente a Sofística enfrenta um discurso que faz da verdade lógica e metafísica a essência do seu ministério; a Insofismática. Esta transforma a transparência de seu conteúdo, objetivos e resultados na autêntica expressão da GNOSE, mostrando e demonstrando que todo e qualquer conhecimento tem por finalidade o encontro com a verdade lógica e ontológica. Assim se constitui, se desenvolve e se expressa articulando os dados e informações acerca da verdade como fins de toda e qualquer procura pelo conhecimento em geral, algo que nos primórdios dos Sofistas contrariava praticamente seus interesses e intencionalidades cuja força era questionar a possibilidade da verdade, definir o lado cético da retórica como seu poder central, ainda determinando o indeterminismo de suas idéias, letras e palavras como sua alternativa de causa da argumentação metódica, transformando igualmente a via niilista como sentido e razão de seus anseios por advogar as intenções obscuras de autoridades e governos que lhes pagavam grandes capitais para defenderem apoleticamente os interesses de suas instituições governamentais. Desta maneira, a Insofismática contradiz os erros, as faltas e a mentira nem tanto apregoada pelos Sofistas, como diz a tradição filosófica. Os Sofistas acima de tudo eram reflexos do bom filosofar e de uma lógica filosófica que se aproximavam bastante da verdade lógica e ontológica, mesmo que suas intencionalidades possam ser aberrantes, desviantes do bom caminho ético e adversas à viabilidade da verdade. Sim, de um certo modo os Sofistas também eram verdadeiros, a seu modo é claro, de um jeito personalista e individualizado, e não social e coletivo. A Sofística assim evoluiu. Chegou perto da verdade.

18. Um mundo indeterminado

A Realidade do discurso sofista caminha tendencialmente para a indeterminação das coisas e dos seres que integram os fundamentos da argumentação, onde as palavras possuem caráter indefinido tendo em vista a sua abordagem acompanhar o cotidiano das regiões, campos e cidades visitadas por esses professores de uma retórica transitória e descartável, inconstante e efêmera, instável e provisória, refletindo uma realidade grega onde as circunstâncias do dia a dia parecem insustentáveis, incompletas, parciais e carentes de totalidade e universalidade, embora suas raizes filosóficas apontem para um estilo de discurso que envolve princípios de estabilidade e consistência lógica e firmeza metafísica, todavia os fenômenos que tornam possível sua persuasção oferecem condições reais e atuais capazes de constatar como suasidéias revelam a condição cotidiana, que faz os argumentos se carregarem de conflitos sociais, intempéries políticas, irregularidades econômicas e falta de transparência ética, cultural e espiritual, o que mostra e demonstra como a Sofística reproduz uma realidade grega de distúrbios constantes e transtornos permanentes. Porém é deste modo que surge a Sofística e seus teóricos e idealizadores possuem mesmo a intenção de desvelar em seus pensamentos as bases do cotidiano da Grécia Antiga e suas áreas territoriais circunvizinhas. Nasceu desta maneira o discurso dos Sofistas. Algo que reflete sua insustentabilidade lógica e ontológica, entretanto de normas linguísticas consistentes e fortes. Eis o pensar dos Sofistas que transparece sua realidade existencial sem fundamentos morais e espirituais.

19. Um universo indefinido

O Repertório cultural, a riqueza de conteúdo ideológico e a excelência da facilidade de desenvolver a filosofia revelam ao contrário do que muitos imaginam um mundo de pensamentos indeterminados e de idéias indefinidas, de argumentos descartáveis e retórica transitória, de ideais niilistas e conhecimentos relativos, de consciência cética e de cabeças indeterministas, porque os Sofistas criavam seus conteúdos na hora de acordo com a ocasião, refletindo o contexto social da realidade cotidiana, de jeito improvisado e maneira surpreendente, um modo de filosofar que desvelava seus pensamentos originais, reflexos de um ambiente consciente transtornado e instável onde as teorias se construiam de modo inseguro e intranquilo, características essas dos filósofos do ocidente e oriente que antecederam a filosofia clássica de Sócrates, Platão e Aristóteles, um universo não novo mas resultado dos fenômenos cotidianos feito de ocorrências de sofrimento e trabalho, lazeres e esportes, artes e ciências, morais duvidosas e religiões polivalentes, de culturas multifuncionais e mentalidades sem fundamento algum, de princípios praticamente insustentáveis cujas raizes eram a relatividade dos fatos e o ceticismo dos acontecimentos, a efemeridade do individualismo e o ateísmo de visões sagradas e supersticiosas, de luzes aparentes e transparências presas às doenças sociais como a fome de alguns e a miséria de muitos, o desemprego constante e o ócio permanente. Tudo isso fazia refletir o comportamento da Sofística que surgia com ares de um novo e diferente filosofar dentro da Antiguidade Grega dos séculos III, IV e V a.C.

20. Parece que reina o nada e impera o vazio

O Estilo, jeito e maneira de filosofar de quem se faz seguidor e discípulo dos Sofistas parece idêntico ao que se refletia no mundo grego de outrora e hoje igualmente em pleno século XXI onde reina o vazio dos discursos, o modo nadante da retórica e uma lógica persuasiva sem muitos fundamentos, com uma argumentação surpreendente, feita de improviso, em que de repente brotam idéias e nascem palavras, e se desenvolvem pensamentos transitórios e instáveis, sem princípios permanentes e sem valores consagrados com o tempo e o dia a dia. Deste modo, surgia a Sofística em famosa Antiguidade Grega. Hoje também se define um discurso a partir da relatividade dos conhecimentos, o niilismo das letras, o ceticismo comportamental e o indeterminismo dos fatos cotidianos. Nesse ambiente descartável e sem bases, se produzem os sofismas, a Sofística e os sofistas. Talvez tenhamos algo a ver com esses mestres da persuasão sadia e da argumentação saudável ainda que a tradição filosófica aponte erros e distúrbios em sua maneira de pensar, agir e se comportar. No entanto, os Sofistas são atuais e reais.

21. Individualistas sim

Era aleatório o modo de organização dos docentes sofistas, fruto de uma realidade de panorama descartável onde os princípios eram transitórios, instáveis e inconstantes, as sociedades visitadas viviam em afazeres do dia a dia praticamente transtornados, de distúrbios nas casas, ruas e famílias, um cotidiano cheio de contradições materiais de trabalhos efêmeros e serviços não muito confiáveis, enfim comunidades turbulentas, de contrariedades diversas e diversidades e adversidades variados, refletindo assim o estado patológico de muitos do povo, concretamente alienados dos acontecimentos, desligados do real ainda que a política de alguns fosse forte, a economia sensivelmente frágil, e do ponto de vista cultural e social as gentes gregas favorecessem o livre pensamento, a liberdade de expressão e um mundo de possibilidades que só a razão dos gregos poderia interferir para que as idéias, conhecimentos e pontos de vista das populações sobressaissem diante das fracas diretrizes de uma sociedade conflituosa, problemática e de dificuldades múltiplas, o que caracterizava a racionalidade grega envolta por violências de todo tipo causando impactos negativos na inteligência desses mestres da Sofística. Por isso mesmo, seu pensar, sentir e agir era individualizado, carente de universalidade e integridade linguística, enfatizando a defesa e apologia de quem tinha o prazer de persuadir em troca de um bom capital, argumentar com arte e fazer uma retórica de conteúdos quase que científicos tal a abordagem rica de lógica dos ideais sofistas.Deste modo, crescia a Sofística. Ao mesmo tempo de pensares individualizados junto com a confusão dos campos e das cidades, e de uma vida sem muitas alternativas a não ser as opções de uma racionalidade livre, criativa e original, própria dos mestres sofistas. Pois assim se desenvolveu a boa arte de filosofar de mentalidade científica e cultura logicista. Os Sofistas sabiam empreender a boa lógica com um discurso carregado de potencialidades dentro de uma linguagem filosófica aberta e renovada, e liberta das prisões psicológicas próprias dos antigos mestres da filosofia. Foi assim que os Sofistas se destacaram nas sociedades gregas antigas.

22. A Sofística

É a arte e ciência dos Sofistas, esses professores ambulantes e viajantes cujos discursos eram a defesa e a apologia dos interesses de seus financiadores que lhes pagavam grandes somas de capital para que eles argumentassem em favor das intencionalidades de reis, governos e imperadores, persuadindo o povo quanto à necessidade de aumentar taxas e impostos sociais, melhorar a política governamental de seus campos e cidades, elevar o salário dos funcionários públicos, adquirir simpatia popular, conquistar benefícios das populações visitadas, e assim desenvolver uma retórica interesseira embora sua atividade favorecesse o bom discurso filosófico, o qual tinha na Sofística um campo aberto de novas e diferentes possíbilidades lógicas e ontológicas, identificando-se pois o bom conteúdo da filosofia e a boa maneira e o jeito específico de se articular a linguagem, propriedade característica dos Sofistas, mestres da boa persuasão, da ótima argumentação e de uma retórica descartável e transitória, o que refletia o cotidiano daquela realidade grega da antiguidade. A Sofística nos deu a arte do bom filosofar ainda que pecasse por uma ética débil e fraca, e uma moralidade aparentemente corruptora das idéias articuladas e das palavras produzidas. Todavia, a Sofística se caracteriza hoje por seu excelente modo de fazer filosofia. Sim, filosofar é uma arte. Foi o que nos ensinaram os Sofistas.

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